sábado, 16 de abril de 2011

Cicatriz


E foi naquela despedida. Naquele abraço apertado, demorado, do qual nenhum dos dois quis ser o primeiro a se afastar. Foi nesse momento que eu percebi que não dói mais. Não aperta mais o peito e não revira mais o estômago. Não tenho mais o reflexo da rejeição a um novo toque. Foi nesse momento que eu percebi que eu não tenho mais mágoa. Demorou, eu reconheço. E foi um processo doloroso, algumas vezes até demais, eu sei. Também cheguei a pensar que esse dia nunca chegaria, o dia em que eu não estaria apenas fingindo estar tudo bem. Agora sim, voltou a estar tudo em paz dentro de mim. Agora sim, depois que minha dor diminuiu até quase não ser possível perceber, depois que o tempo ajudou as feridas a cicatrizarem, depois que todas as lágrimas secaram, é que eu sinto que se realmente ainda resta algo que vale a pena preservar e sim, se isso permanece, é por que foi verdadeiro não só pra mim e de alguma forma, não foi só eu que sofri.
Agora que já não dói mais.

Um comentário:

  1. oie!
    nossa, este texto tá bem no contexto atual da minha vida... tô sentindo que em breve eu vou estar lutando para deixar alguém pra trás e que vai doer um cadinho! mas faz parte, né? e a gente tem que passar por isso para dar espaço para outras pessoas entrarem em nossas vidas! uma pena que isso precise acontecer várias vezes antes de a gente encontrar alguém com quem valha a pena passar o resto da vida! =\
    beijo, beijo!
    ps.: ainda bem que agora as coisas estão bem por aí! o/

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